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Projectos

Serão efectuados alguns estudos experimentais com o objectivo de analisar a importância da indução dos estados emocionais, positivos, negativos ou neutros, nos níveis de criatividade. Apesar da proliferação dos estudos neste campo, a contradição entre eles é evidente. Alguns suportam a ideia de que o humor positivo facilita a criatividade numa série de tarefas (Forgas, 2000; Hirt, 1999; Isen, 2002), enquanto que outros (George and Zhou, 2002; Kaufmann, 2003) sugerem o benefício dos estados negativos de humor sobre a criatividade, acrescentando que os estados positivos de humor podem inclusivamente inibi-la. Adicionalmente e porque existe um grande desfasamento entre os estudos que conseguem discriminar diferentes emoções negativas, como por exemplo, a tristeza, o medo ou a raiva, também iremos implementar estudos com o objectivo de clarificar a sua importância na criatividade.

É ainda fundamental considerar uma questão metodológica essencial: as medidas de criatividade que têm sido usadas. A maior parte dos estudos experimentais que usam os testes de pensamento divergente apela à fluência, flexibilidade e originalidade das ideias. Mas deveremos considerar as tarefas criativas que parecem apelar a outras dimensões da criatividade. Neste sentido, pretendemos utilizar o segundo e terceiro testes figurativos da bateria de Torrance (Torrance test of Creative Thinking), o que de acordo com a literatura constituem boas medidas de fluência, bem como o TCT-DP (Test for Creative Thinking- Drawing production) que identifica diversas dimensões qualitativas para além das frequentemente consideradas como pensamento divergente. Adicionalmente, o EPOC (Evaluation of Potencial of Creativity) de Lubart, Besançon e Barbot (2011) surge como um instrumento que avalia não apenas dimensões do pensamento divergente como dimensões do pensamento convergente, todas elas essenciais às produções criativas. Iniciámos neste momento o processo de adaptação deste instrumento para a população portuguesa.

Alguns estudos correlacionais continuarão a ser desenvolvidos no sentido de clarificar a importância de diversas variáveis psicológicas e sócio-demográficas que parecem explicar alguma da variância da criatividade. Alguns destes estudos correlacionais serão efectuados em parceria com Solange Wechsler, PUC-Brasil, autora da escala de Estilos de Pensar e Criar.

Desenvolver tabelas normativas para diversos grupos etários, estudantes do ensino primário, secundário e universitário de diversos cursos. Desenvolver uma metodologia de avaliação das formas criativas de pensamento que permita caracterizar os níveis de criatividade dos estudantes bem como aumentar a consciencialização dos professores para a necessidade de desenvolver programas de promoção criativa. As características psicométricas do TCT-DP (Test for Creative Thinking- Drawing Production), EEPC (Escala de Estilos de Pensar e Criar) e EPOC (Evaluation of Potential of Creativity) serão analisadas no contexto dos estudos desenvolvidos por Klaus Urban, Solange Wechsler e Todd Lubart, respectivamente os autores dos referidos instrumentos, e com os quais estabelecemos uma parceria de investigação.

Desenvolver estudos com alguns grupos profissionais específicos, tais como os que trabalham na área da publicidade e marketing. Desenvolver uma metodologia para avaliar as formas criativas de pensamento poderá permitir-nos caracterizar os níveis de criatividade dos agentes criativos bem como aumentar a sua consciência sobre os seus níveis de criatividade e necessidade de implementar programs com vista à sua promoção.